Equilíbrio entre cuidar dos outros e autopreservação: lições de Irina e Lena
Você pode pensar que o altruísmo é dar sem parar, sem parar para encher seu próprio copo. Mas, na realidade, quem nunca para de dar logo se sente exausto e vazio. Eu entendo que você pode ser cético em relação à ideia de reter sua bondade por medo de parecer menos atencioso. Mas imagine um futuro em que a compaixão não o esgote, mas o capacite a cuidar dos outros sem se perder.Era uma vez, em uma vila barulhenta, vivia uma mulher chamada Irina, conhecida muito além de suas fronteiras como a Guardiã dos Corações. As pessoas se aglomeravam em sua porta com seus problemas, grandes e pequenos, confiando que seu ouvido sensível estava sempre lá. Irina era generosa: ouvia, confortava, recolhia os fardos dos outros, como se os seus braços fossem ilimitados. Mas a cada história que ela dava, um peso invisível abaixava seu espírito, pois cada ato de carinho deixava seu próprio vaso um pouco mais vazio.Você não quer ser alguém que ouve por hábito, não é? Irina não procurou transformar a bondade em dever, mas a cada noite sem dormir e manhã cansada, a luz em seus olhos se desvanecia. Até mesmo sua gata Senya, que antes se contentava com a companhia silenciosa, ficou ansiosa - afinal, até os corações mais moles se desgastam se forem puxados com muita força.Irina, tão dedicada, continuou até o limite, acreditando que apenas mais auto-sacrifício a tornaria digna. Se toda pessoa cansada respirasse fundo, ela pensou, não haveria paz? Mas seus esforços se tornaram como um poço, cujo balde afunda cada vez mais, não tirando água, mas poeira. Você não quer que sua empatia se transforme em martírio, não é?Um dia, uma nova garota apareceu na aldeia: Lena, descontraída, alegre, cuja risada não carregava cansaço. Lena ajudou de bom grado, mas sempre dentro dos limites de sua própria paz interior. "Como você consegue deixar as necessidades de alguém não atendidas?" perguntou Irina, e nessas palavras havia esperança e dor. Mas Lena sorriu: "Se você se jogar na água sem uma bóia salva-vidas, nós dois nos afogaremos. Eu levo os círculos comigo - não apenas para os outros, mas também para mim.Irina sentiu a sabedoria nas palavras de Lena, mas ainda duvidava. Ela havia tentado de muitas maneiras - conselhos de especialistas, práticas calmantes - e agora, finalmente cansada, ousou fazer menos: "E se eu ficar para descansar esta noite?" ela sussurrou, esperando problemas, porque os hábitos não são tão fáceis de se livrar. Mas a tempestade não aconteceu. Em vez disso, uma leveza suave entrou em seu corpo, um doce alívio - para não carregar todo o fardo sozinho.A partir daquela noite, a preocupação de Irina mudou. Ela estabeleceu limites não por frieza, mas porque percebeu que você não pode dar o que não tem mais. Sua compaixão tornou-se uma lâmpada constante que iluminou o caminho para os outros - e para si mesma; Afinal, um verdadeiro ajudante sabe quando é hora de desembarcar e fazer fogo em casa.Imagine seu próprio futuro se você aprender essa dança de dar e preservar a si mesmo. Que sua bondade seja como um riacho claro: sempre fluindo, mas nunca secando. Seus limites não são paredes, mas bóias salva-vidas que o mantêm na superfície e permitem que você dê uma mãozinha sem se perder.E agora, quando os amigos vêm a Irina, ela os recebe com verdadeiro calor, descansada, cheia. "Eu pratico a compaixão medida", diz ela, "rica e nutritiva". Sua risada é clara e leve – afinal, não é um fardo, mas uma alegria compartilhada juntos.E você? Você gostaria que a luz do seu coração se apagasse só porque você se esqueceu de apreciá-la? Ou você pode imaginar um futuro em que você brilha calmamente e inteiro, pronto para ajudar os outros porque aprendeu a ajudar a si mesmo primeiro?Afinal, a verdadeira compaixão começa com a sabedoria: ela permite que você entenda seus limites e os respeite, ajudando por plenitude e não por medo. Até o sol se esconde atrás das nuvens, apenas para nascer novamente no dia seguinte com vigor renovado.Mantenha sua bóia salva-vidas com você e lembre-se de entregá-la a si mesmo quando precisar. Ao cuidar de sua própria alma, você não se afasta do mundo - você se torna pronto para ajudá-lo o quanto for necessário, e na medida em que a luz do seu coração for suficiente.